VIRGÍNIA – Na segunda-feira (30/12), a Organização Trump demitiu “pelo menos sete” trabalhadores indocumentados em sua vinícola na Virgínia, informou o Washington Post, uma ação que dois dos ex-funcionários afirmam ser estratégica.
O WP disse em uma reportagem publicada na terça-feira (31/12) que as demissões na Vinícola Trump ocorreram quase um ano depois que a empresa “prometeu erradicar trabalhadores indocumentados em suas propriedades”, mas dois dos ex-funcionários da vinícola disseram ao jornal que suas demissões ocorreram somente depois de concluído o trabalho intensivo de mão-de-obra no local, por conta da temporada de colheita.
A organização Trump foi criticada por ter contratado trabalhadores sem documentos, demitindo em fevereiro pelo menos 18 deles de cinco campos de golfe em Nova York e Nova Jersey.
Dois dos funcionários da vinícola que foram demitidos, ambos trabalharam lá por mais de uma década, segundo o Post. “Eles achavam que a empresa havia adiado a demissão até que o trabalho do ano estivesse completo, aproveitando de seu trabalho pelo maior tempo possível.”, disse um dos funcinários ao jornal.
As demissões desta semana “ocorreram durante o período de inatividade do inverno”, segundo o Post.
“Acho que eles queriam ter um bom produto, as uvas, para garantir que isso fosse resolvido e, depois que as coisas estivessem lentas, eles poderiam demitir todos nós”, disse um funcionário não identificado ao jornal. O outro, Omar Miranda, um motorista de trator de Honduras, disse ao Post que a vinícola “não tomou essa decisão no verão porque eles precisavam muito de nós”.
Nos últimos meses, trabalhadores indocumentados das organizações de Trump destacaram seus laços com o presidente Donald Trump, que depreciou repetidamente os latinos e fez das políticas de imigração de linha dura uma marca registrada de sua presidência. Os trabalhadores se reuniram com os membros do Congresso em janeiro para pedir proteção, e dois deles compareceram ao State of the Union em fevereiro como convidados dos legisladores democratas.
A CNN entrou em contato com a Organização Trump para comentar. Eles não responderam e também não responderam ao The Washington Post.
O jornal disse que a vinícola “confiava há muito tempo” em imigrantes sazonais e documentados para operar, mas que “também há muito tempo há uma equipe paralela menor de funcionários sem documentos que trabalham na propriedade o ano todo. Este foi o grupo demitido na segunda-feira (30/12).
Anibal Romero, advogado que representa alguns dos trabalhadores indocumentados demitidos da Organização Trump e que está assessorando Miranda, ecoou a alegação de Miranda sobre o momento das demissões desta semana, dizendo ao Post que o Presidente “conhece esses trabalhadores há meses”.
“Ele espera até que os campos sejam cultivados, uvas colhidas, vinho feito. Ele então os descarta como um saco de papel usado. Feliz Ano Novo. Você foi demitido “, disse ele ao Post.